Leandro proibiu familiares de falar sobre sumiço de Bernardo, diz polícia
Delegada Caroline Bamberg revelou ligação interceptada nas investigações.
Para a Polícia Civil, pai do garoto foi 'mentor' e auxiliou execução do crime.
A delegada Caroline Bamberg, responsável pelo caso envolvendo a morte do menino Bernardo, apresentou uma nova prova da Polícia Civil em relação ao envolvimento do pai dele, Leandro Boldrini, como “mentor” do crime. Em entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta-feira (14), Caroline revelou que foi comprovado, em uma ligação telefônica, o fato de que familiares de Leandro estavam proibidos de conversar sobre o assunto desde o dia do desaparecimento do garoto, em 4 de abril, que depois foi apontado como a data da morte dele (veja o vídeo).
“Existe a escuta de uma ligação que a gente não citou ontem (durante a coletiva de imprensa) na qual familiares falam que estão proibidos de referir o que Leandro e Graciele conversaram do dia do desaparecimento até o dia da prisão deles”, afirmou a delegada. “Eles referem várias vezes que não podem falar nada”, acrescenta.
Segundo a delegada, um conjunto de indícios levou a polícia a ter certeza da participação de Leandro Boldrini na morte do filho. "Ele participou tanto como mentor como na forma de ter auxiliado materialmente. Ele sabia da morte do filho, porque arquitetou o crime junto com a madrasta”, reforça Caroline.
Também em entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta-feira (14), o advogado Jader Marques, que defende Leandro Boldrini, voltou a contestar as provas da polícia. Segundo ele, não há nada concreto que comprove a participação do pai de Bernardo no crime.
"São conjecturas, são indícios fracos, aquilo que depende do ponto de vista de quem analisa. O mentor daria uma receita para ficar arquivada numa farmácia para a executora do crime? Me parece um absurdo", afirmou. Sobre as ligações referidas pela delegada, Jader considera normal o contato entre as defesas. "A Edelvânia resolveu esse caso. Ela deu uma confissão completa, com todos os detalhes. Os contatos entre os defensores são normais", disse.
Vídeo mostra últimos momentos de Bernardo antes de ser morto
Imagens gravadas por uma câmera de segurança de um posto de combustível deFrederico Westphalen mostram os últimos momentos do garoto Bernardo antes de ser morto. O menino aparece no vídeo deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz, no dia 4 de abril deste ano, data da morte do menino. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local (veja no vídeo).
O vídeo registra Graciele chegando em uma caminhonete preta, às 13h57 de sexta-feira (4). Ela para o carro e acena para Edelvânia, que está aguardando na calçada. A madrasta desce com Bernardo e encontra a amiga. Os três seguem até o veículo prata da assistente social. O carro sai e, conforme as investigações da polícia, segue até o local onde o garoto foi morto e enterrado.
Quase duas horas depois, às 15h42, o mesmo veículo prata retorna a Frederico Westphalen. As duas voltam para o posto de combustível. As imagens mostram a madrasta e a amiga conversando, lado a lado por alguns minutos, sem Bernardo. Edelvânia se despede e atravessa para o outro lado da rua. Graciele entra na caminhonete e vai embora.
Prisão preventiva decretada
Nesta terça-feira (13), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decretou a prisão preventiva dos três indiciados pela Polícia Civil pela morte o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos. O pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a assistente social Edelvania Wirganovicz continuarão presos.
A decisão é do juiz Marcos Luís Agostini, da Comarca de Três Passos, que também levantou o sigilo do processo. Os três estavam em prisão temporária, e o prazo de 30 dias expiraria à meia-noite de quarta-feira (14). Assim, a decisão de Agostini manteve o trio na prisão.
Já Evandro Wirganovicz, irmão da assistente social, cujo carro foi visto próximo ao local onde o corpo foi enterrado um dia antes do assassinato, não foi apontado pela polícia como autor do crime. Ele foi preso temporariamente no último sábado (10) e sua possível participação ainda é investigada.
O pedido havia sido feito pela Polícia Civil, e obteve um parecer favorável do Ministério Público. Em seu parecer, a Promotora de Justiça Dinamárcia Maciel numerou três fundamentos: a garantia da ordem pública, a importância para a conveniência da instrução criminal e o risco à aplicação da lei penal.
Por meio da assessoria de imprensa, o MP informou que o órgão deve oferecer denúncias contra os indiciados até sexta-feira (16), antes do prazo legal estabelecido de cinco dias. Na ocasião, a promotora Dinamárcia Maciel vai detalhar o caso em uma entrevista coletiva. O acompanhamento direto da promotora junto à Polícia Civil agilizou os procedimentos da investigação.
Indiciamentos
Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Graciele Ugulini: mentora e executadora do delito de homicídio, bem como da ocultação do cadáver.
Edelvânia Wirganovicz: executora do delito de homicídio e da ocultação do cadáver.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.

A delegada Caroline Bamberg, responsável pelo caso envolvendo a morte do menino Bernardo, apresentou uma nova prova da Polícia Civil em relação ao envolvimento do pai dele, Leandro Boldrini, como “mentor” do crime. Em entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta-feira (14), Caroline revelou que foi comprovado, em uma ligação telefônica, o fato de que familiares de Leandro estavam proibidos de conversar sobre o assunto desde o dia do desaparecimento do garoto, em 4 de abril, que depois foi apontado como a data da morte dele (veja o vídeo).
“Existe a escuta de uma ligação que a gente não citou ontem (durante a coletiva de imprensa) na qual familiares falam que estão proibidos de referir o que Leandro e Graciele conversaram do dia do desaparecimento até o dia da prisão deles”, afirmou a delegada. “Eles referem várias vezes que não podem falar nada”, acrescenta.

Segundo a delegada, um conjunto de indícios levou a polícia a ter certeza da participação de Leandro Boldrini na morte do filho. "Ele participou tanto como mentor como na forma de ter auxiliado materialmente. Ele sabia da morte do filho, porque arquitetou o crime junto com a madrasta”, reforça Caroline.
Também em entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta-feira (14), o advogado Jader Marques, que defende Leandro Boldrini, voltou a contestar as provas da polícia. Segundo ele, não há nada concreto que comprove a participação do pai de Bernardo no crime.
"São conjecturas, são indícios fracos, aquilo que depende do ponto de vista de quem analisa. O mentor daria uma receita para ficar arquivada numa farmácia para a executora do crime? Me parece um absurdo", afirmou. Sobre as ligações referidas pela delegada, Jader considera normal o contato entre as defesas. "A Edelvânia resolveu esse caso. Ela deu uma confissão completa, com todos os detalhes. Os contatos entre os defensores são normais", disse.

Vídeo mostra últimos momentos de Bernardo antes de ser morto
Imagens gravadas por uma câmera de segurança de um posto de combustível deFrederico Westphalen mostram os últimos momentos do garoto Bernardo antes de ser morto. O menino aparece no vídeo deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz, no dia 4 de abril deste ano, data da morte do menino. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local (veja no vídeo).
Imagens gravadas por uma câmera de segurança de um posto de combustível deFrederico Westphalen mostram os últimos momentos do garoto Bernardo antes de ser morto. O menino aparece no vídeo deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz, no dia 4 de abril deste ano, data da morte do menino. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local (veja no vídeo).
O vídeo registra Graciele chegando em uma caminhonete preta, às 13h57 de sexta-feira (4). Ela para o carro e acena para Edelvânia, que está aguardando na calçada. A madrasta desce com Bernardo e encontra a amiga. Os três seguem até o veículo prata da assistente social. O carro sai e, conforme as investigações da polícia, segue até o local onde o garoto foi morto e enterrado.
Quase duas horas depois, às 15h42, o mesmo veículo prata retorna a Frederico Westphalen. As duas voltam para o posto de combustível. As imagens mostram a madrasta e a amiga conversando, lado a lado por alguns minutos, sem Bernardo. Edelvânia se despede e atravessa para o outro lado da rua. Graciele entra na caminhonete e vai embora.
Prisão preventiva decretada
Nesta terça-feira (13), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decretou a prisão preventiva dos três indiciados pela Polícia Civil pela morte o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos. O pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a assistente social Edelvania Wirganovicz continuarão presos.
Nesta terça-feira (13), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decretou a prisão preventiva dos três indiciados pela Polícia Civil pela morte o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos. O pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a assistente social Edelvania Wirganovicz continuarão presos.
A decisão é do juiz Marcos Luís Agostini, da Comarca de Três Passos, que também levantou o sigilo do processo. Os três estavam em prisão temporária, e o prazo de 30 dias expiraria à meia-noite de quarta-feira (14). Assim, a decisão de Agostini manteve o trio na prisão.
Já Evandro Wirganovicz, irmão da assistente social, cujo carro foi visto próximo ao local onde o corpo foi enterrado um dia antes do assassinato, não foi apontado pela polícia como autor do crime. Ele foi preso temporariamente no último sábado (10) e sua possível participação ainda é investigada.
O pedido havia sido feito pela Polícia Civil, e obteve um parecer favorável do Ministério Público. Em seu parecer, a Promotora de Justiça Dinamárcia Maciel numerou três fundamentos: a garantia da ordem pública, a importância para a conveniência da instrução criminal e o risco à aplicação da lei penal.
Por meio da assessoria de imprensa, o MP informou que o órgão deve oferecer denúncias contra os indiciados até sexta-feira (16), antes do prazo legal estabelecido de cinco dias. Na ocasião, a promotora Dinamárcia Maciel vai detalhar o caso em uma entrevista coletiva. O acompanhamento direto da promotora junto à Polícia Civil agilizou os procedimentos da investigação.
Indiciamentos
Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Graciele Ugulini: mentora e executadora do delito de homicídio, bem como da ocultação do cadáver.
Edelvânia Wirganovicz: executora do delito de homicídio e da ocultação do cadáver.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.
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