terça-feira, 1 de julho de 2014

30/06/2014 13h36 - Atualizado em 30/06/2014 14h07

Argentinos querem Vila Madalena apesar de apelo da Prefeitura de SP

Prefeitura espera que até 70 mil torcedores venham para São Paulo.
Pouco mais de 100 já estão no sambódromo; grupo passou noite em festa.

Letícia MacedoDo G1 São Paulo
Depois de passarem uma noite fazendo festa, cerca de 130 argentinos acampados no sambódromo do Anhembi, Zona Norte de São Paulo, já cantavam e provocavam os brasileiros nesta segunda-feira (30). Apesar dos apelos da Prefeitura para que não ocorra concentração em um só destino, o grupo promete festejar na Vila Madalena.
A expectativa é que mais de 70 mil argentinos venham para a capital paulista para apoiar a seleção do seu país que enfrentará a Suíça, na terça-feira (1º), na Arena Corinthians.
Em um ônibus completamente adaptado, onze amigos embarcaram rumo ao Brasil no começo de junho. A estrutura conta com cozinha e camas e tem as paredes internas completamente decoradas com fotos do grupo.
 
Ônibus foi adaptado e teve paredes decoradas com fotos (Foto: Letícia Macedo/ G1)Ônibus foi adaptado e teve paredes decoradas
com fotos (Foto: Letícia Macedo/ G1)
Sem ingresso, eles devem assistir ao jogo na Fifa Fan Fest, no Anhangabaú, no Centro de São Paulo, e depois prometem seguir para a Vila Madalena, na bairro boêmio na Zona Oeste de São Paulo.
Informados pela reportagem de que administração municipal sugere outros bairros para fazer a festa, o contador é categórico. “Lá tem muita gente? Então, é para lá que a gente vai”, garantiu Álvaro, de 29 anos, contador público, que veio da província de Entre Rios.
“Intercâmbio cultural enriquece nosso espírito e nossa memória”, brinca outro argentino.

O comerciante Lionel Ruggia, 31, que já morou no Rio de Janeiro, que organizou a caravana “Mundial Andando” está confiante. “A gente está bem. Vamos passo a passo. Estamos tranquilos. Quem tem que ficar com medo é a Suíça”, afirma.

Em outro motorhome, que partiu de Buenos Aires em 11 de junho, estavam o empresário Julian Torres, além de outros quatro amigos. O ônibus tem camas, banheiro com chuveiro, e uma pequena cozinha improvisada. O grupo já passou por Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e continuará acompanhando a seleção argentina. 

O sorriso dar lugar a um ar bem mais sério ao falar do futuro das seleções brasileira e argentina na Copa. “Os brasileiros e os argentinos se entendem muito bem, mas no futebol é uma briga constante. Eu quero que o Brasil saia o mais rápido possível”, confessa. O amigo Fritz também está encantado com a acolhida que o grupo encontrou no Brasil, mas não acredita que o Brasil chegue à final.
Argentino não acredita que o Brasil chegue à final da Copa (Foto: Letícia Macedo/ G1)Argentino não acredita que o Brasil chegue à final
da Copa (Foto: Letícia Macedo/ G1)
“A gente é muito receptiva. O jogo dura 90 minutos, mas a festa é o dia inteiro. Acho que o Brasil não tem força para derrotar a Alemanha, por exemplo”, disse Fritz. Sobre a esperança na campanha rumo ao título da Argentina, ele se mostra cauteloso. “Itália, Espanha, Chile, Uruguai, todos pensavam que iam ganhar e estão vendo o mundial na televisão de casa. A fé é a última que morre”, afirmou.

O resultado do jogo ainda é incerto, mas a festa já tem endereço. "Não temos ingressos, mas, depois do jogo, vamos para a Vila Madalena", afirmou Fritz.

A Prefeitura de São Paulo disponibilizou, além do sambódromo, o autódromo de Interlagos, na Zona Sul. Apenas no sambódromo, existem 500 vagas para estacionamento. Os argentinos poderão utilizar os 35 banheiros existentes no local. Até meio dia, quatro chuveiros serão instalados.
Sambódromo do Anhembi tem 500 vagas de estacionamento (Foto: Letícia Macedo/ G1)Sambódromo do Anhembi tem 500 vagas de
estacionamento (Foto: Letícia Macedo/ G1)
Música tema
A agitação no sambódromo deve continuar até a saída para o jogo. A música que embala os torcedores é uma provocação aos brasileiros. “Brasileiros, os argentinos só vieram ao Brasil para buscar o que é nosso. A taça é nossa. Buscar o que nos pertence. A copa é Argentina. Vocês sabem, mas não querem aceitar”, provocava o contador Álvaro.
No Anhmebi, os torcedores se reuniram nesta manhã entre os motorhomes para cantar: “Brasil, diga o que sente ao ter em casa seu papai”, diz o primeiro verso. “Papai” é utilizado como sinônimo de equipe que sempre ganha as partidas.

O canto que embala os argentinos evoca a copa do mundo de 1990, quando a Argentina tirou o Brasil do mundial. Depois de exaltar os craques Maradona e Cannigia, a canção diz que Messi vai dar o mundial para os argentinos. Para encerrar a provocação não poderia faltar a comparação entre Maradona e Pelé.  “Y Maradona es más grande que Pelé”, garantem.

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